domingo, 10 de julho de 2016

Hora de seguir em frente e fazer a punção

O médico decidiu realizar a punção ao invés de interromper novamente as induções, a ideia era tentarmos conseguir três óvulos maduros. Na hora fiquei com medo, mas segui em frente.
Na segunda-feira deveria aplicar às 21h em ponto o medicamento Ovidrel 250mcg, que é responsável por promover a maturação final dos óvulos. Além de aplicar esse medicamento eu e meu marido deveríamos tomar dois comprimidos do antibiótico Azitromicina.
A coleta dos peixinhos e a realização da punção foi marcada para as 7h de quarta-feira.


Voltei para casa com a cabeça cheia, tudo foi muito inesperado. Uma coisa que estou aprendendo é que na FIV nada é muito certo, não adianta se planejar, pois as coisas mudam de uma hora para outra. A FIV está me ensinando a desapegar do meu hábito de querer planejar demais as coisas, mostrou-me que é uma ilusão achar que tenho o controle de algo.

Agora tinha que resolver apenas um detalhe (tá, nem tão detalhe assim), precisava contar para meu maridão que ele deveria estar em casa em 36h. Como não esperávamos a coleta dos óvulos para aquela semana ele viajou a trabalho, estava a “só” 500Km de casa.
Menos de 7 horas para o procedimento meu marido chegou. Informou que recolheria o sêmen cedinho e que não poderia acompanhar-me na punção, pois voltaria para a cidade onde estava trabalhando, não havia conseguido dispensa.

No dia seguinte cedinho fomos para a clínica. O médico realizou o ultrassom antes de encaminhar-me para o bloco cirúrgico, queria confirmar se não havia ovulado.
Saí da sala de ultrassom, despedi do meu marido que estava retornando ao trabalho e fui me preparar para o procedimento. Vi nos olhos dele o medo...

Coloquei a camisolinha verde, a toquinha, esvaziei a bexiga e fui para o bloco cirúrgico. Meninas, fiquei constrangida quando deitei na maca e amarraram a minha perna, quando fiz a curetagem eu apaguei antes de qualquer coisa, não sabia que era assim. Os médicos tranquilamente organizando as coisas para o procedimento e eu lá amarrada como sei lá o quê. Tive vontade de pegar o anestesista pelo o colarinho e pedir pelo amor de Deus para aplicar o remedinho mágico, tem coisa na vida que é melhor não ver.
De repente quando assustei estava numa cama com a enfermeira pedindo para que eu parasse de mexer, senão cairia.  Estava com o lado direito bem dolorido, mas em poucos minutos o buscopan começou a fazer efeito. Como estava sem acompanhante a minha liberação seria um pouco mais tarde para que pudesse recuperar-me melhor. Mais uma vez tenho muito a agradecer as pessoas da clínica, cuidaram de mim com muito carinho e delicadeza.

Foram aspirados 12 óvulos, mas apenas 4 maduros . Desses 4, 2 fertilizaram e somente 1 desenvolveu. A ideia inicial era implantar em ciclo natural, mas como não consegui muitos embriões ficou decidido que implantaria no sábado, três dias após a punção (d3).
Na quinta-feira meu telefone tocou, era da clínica, demorei uns 7 segundos até tomar coragem para atender, pois estava com medo de ouvir que o meu guerreirinho não havia se multiplicado da forma correta. Mas, graças a Deus, era para avisar que a punção seria na sexta-feira, no d2 e não mais no d3. Olha aí, mais uma vez os planos mudando.

De quinta para sexta passei muito mal, estava com muitos gases e à noite senti uma dor abdominal inexplicável. Estava sozinha em casa, sem conseguir ficar de pé e olha que meu limiar de dor é alto, a última vez que havia sentido algo parecido foi quando quebrei o cóccix, isso há 22 anos. No desespero tomei um buscopan vencido, único remédio que tinha em casa e o luftal em gotas do meu cãozinho. Deitei na cama com meu cachorro e pedi para Deus me curar e preparar o corpo para a transferência que seria no dia seguinte.

Depois de uma noite difícil acordei melhor, troquei de roupa e fui buscar meu guerreirinho, um embrião de dois dias, classificação 5II.



Apesar de ter apenas um embrião e isso causar tanta apreensão sabia que aquele não era o momento de desesperar. Só me restava rezar e confiar em Jesus e Nossa Senhora.



8 comentários:

  1. Olá!passando p te retribuir a visita e conhecer sua história!!
    Realmente temos q entender q nada acontece quando a gente quer.Tbm tenho essa mania de tentar controlar tudo.Embora seja dificil a caminhada não desanima!!Boa sorte p ti!
    bjos
    Luh

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    1. Oi Luh, obrigada pela visita e pela torcida!!! Com a graça de Deus o meu positivo virá e o seu também.
      A FIV mudou muito a minha vida, algo inexplicável. As emoções ficam a flor da pele.
      Beijos e fique com Deus!

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  2. Foi difícil eu entender isso, mas acabei aprendendo, na marra, que a gente não tem controle mesmo de nada na FIV.

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    1. Não temos controle nenhum. A FIV é cheia de surpresas.
      Só nos resta deixar nas mãos de Deus!
      Beijos

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  3. Oi, ptt, muito dificil mesmo, estou iniciando essa trajetoria.
    Quando coce fez a puncao, estamos com quantos dias de estimulacao?
    Obrigada
    Ly gf

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    1. Oi Ly,estava com 10 dias. Desejo que sua punção seja muito abençoada e que tenha ótimos embriões. Na torcida!
      Beijos

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