segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Nasce uma mãe...

O tão sonhado positivo chegou e as primeiras 13 semanas foram cheias de esperanças, medos e enjoos. Mantivemos a gravidez em segredo até completarmos 13 semanas. 


Depois disso fomos contando aos poucos para os mais próximos e os demais começaram a perceber a barriguinha apontar. Estava plena, radiante, agradecida. Curti cada dia, cada transformação e até cada enjoo (tive-os até mais ou menos 20 semanas). Foram muitos anos sonhando com esse momento. 

Tomei AAS e Clexane por toda a gestação. Além do ginecologista tb fui acompanhada por hematologista. O AAS foi suspenso algumas semanas antes do parto e passei a andar na bolsa com as orientações do hematologista de como proceder caso entrasse em trabalho de parto em menos de 12 horas de ter tomado a última injeção de clexane. 

Minha gravidez foi muito tranquila sem nenhuma intercorrência e quase sem dor. As dores que senti foram nas juntas dos dedos durante à noite e na sola do pé, no final da gravidez. Detalhe: meu pé aumentou um número e meus anéis pararam de servir e isso perdurou até mais ou menos 6 meses após o parto, mas depois voltaram ao normal. Uma alegria, pois não perdi meus sapatos.

Mais ou menos com 27 semanas fiz meu ensaio de grávida (amei e recomendo a todas). 

A partir das 33 semanas os meu pés e os tornozelos começaram a inchar.

A partir das 34 semanas a minha barriga começou a crescer muito, mas só percebo isso agora quando vejo as fotos. Eu não tinha a real dimensão do tamanho que estava ficando. Não tive nenhuma estria. Usei o Mustela creme depois do banho e o Mustela óleo várias vezes ao dia. Andava com ele na bolsa, se coçasse eu passava no local. Acho que isso ajudou muito. 

A cada ultrassom era uma emoção! Até por volta das 35 semanas meus filhos quase não tinham diferença de peso e de tamanho, mas após isso um deles começou a ganhar menos peso, mas estava dentro da normalidade. Fomos acompanhando. Fazia ultrassom toda semana. O Dr. Fernando tb acompanhou de perto toda a minha gravidez. Um anjo como sempre.

Passei a gravidez plena, não levei em consideração as bobagens que ouvia sobre gravidez de gêmeos e segui confiante e tranquila. Até combinei a data que nasceriam... tb cantei e conversei muito com eles durante a gestação. Hoje quando canto as músicas que entoava diariamente quando estava grávida eles se acalmam. É impressionante! 

Com 36 semanas e 4 dias decidi ir ao shopping comprar as coisas que estavam faltando e por volta das 23 horas meu tampão saiu. Após isso comecei  a sentir leves cólicas no baixo ventre, um incômodo intestinal e uma dorzinha intermitente do lado esquerdo das costas. Acho que ter ido ao shopping não foi uma boa ideia. Fiquem mais quietas no final da gravidez, pois faz toda diferença.

Com 36 semana e 6 dias fui ao médico que constatou colo bem fininho e 1 cm de dilatação. Decidimos marcar o parto para o dia seguinte. Algumas horas antes da hora marcada para o parto escutei um barulho tipo um ”tek”, a bolsa estourou. Entrei em trabalho de parto. Não havia dúvida que aquele era o dia que deveriam nascer. Cheguei ao hospital com 3 cm de dilatação. 

Meu parto foi emocionante. Nasceram com dois minutos de diferença de um para o outro. 
Quando vi o primeiro gemelar sendo levantado pelo médico e o choro em seguida senti uma explosão de emoção. Esperaram 1 minuto para cortar o cordão umbilical e 1 minuto depois nasceu meu segundo filho. 

Nasce uma mãe...

E junto nasce um amor que não sabia ser capaz de sentir.

A maternidade aumentou em muito a minha capacidade de amar. Nem sabia que era capaz de sentir algo tão forte e maravilhoso por alguém. Elevou-me a outra dimensão. E hoje em consequência desse amor tão sublime passei a ser capaz de amar mais o meu próximo. É tanto amor que ele se multiplica em tudo. 

A minha gravidez foi uma das fases mais feliz e plena da minha vida. Sou muito agradecida a Deus por ter me dado a oportunidade de viver a maternidade. 

Imagem retirada da internet. Sempre me comovo quando a vejo.

 E para quem ainda não conseguiu seu positivo, digo que sei exatamente como se sentem e que confiem em Deus. Deus não desampara nunca. Desejo que em breve todas consigam o tão sonhado positivo.

Luz e paz! 

Meu próximo post será sobre o pós parto e as transformações que ocorrem no corpo, que para mim não foram tão simples de lidar . Falarei sobre a transformação do corpo, as mudanças, o cansaço, os desafios da amamentação de gêmeos, a solidão da maternidade...

sábado, 15 de junho de 2019

FIV - Quando começar a diminuir o uso da progesterona


Como toda fivete sabe, a progesterona é um hormônio fundamental para gravidez e muito utilizado nos tratamentos de reprodução humana. 

Mesmo depois do positivo continuei utilizando esse hormônio duas vezes ao dia até que chegou o momento de diminuir o seu uso. Confesso que tive um certo receio quando chegou o momento de pará-lo. Por isso, na época fiz diversas perguntas ao Dr. Fernando Prado. Como, por exemplo, se numa FIV os ovários não produzem hormônios? Se é por isso que é necessário ter suporte de medicamento até a placenta assumir a função? Com quantas semanas a placenta começa a produzir os hormônios e assume a função sozinha... Lembro que na ocasião  havia achado pouca coisa sobre isso na internet.


Então, decidi postar aqui as informações que o Dr. Fernando me passou, segue transcrito.

“...na FIV os ovários podem produzir hormônios sim. Quando fazemos o chamado ciclo curto, aquele que usamos os análogos antagonistas do GnRH (Cetrotide ou Orgalutran) os ovários produzem uma parte dos hormônios e os medicamentos fazem o resto.
Porém, se o ciclo de FIV for ciclo longo, onde é usado o análogo AGONISTA do GnRH (Lupron, Synarel, Gonapeptyl etc), há um bloqueio completo da produção de hormônios pela hipófise. Mas aí os ovários irão produzir secundariamente às injeções que estimulam a ovulação.
Quando fazemos a coleta dos óvulos, são aspirados junto com eles as células da granulosa, que são as responsáveis pela produção hormonal. Então é preciso suplementar progesterona quando vamos transferir a fresco.
O que acontece em um ciclo para TEC é diferente. Se não for ciclo natural, a ovulação está bloqueada e os ovários não produzem progesterona. Temos que suplantar com utrogestan, crinone ou evocanil.
Uma vez implantado o embrião, sua placenta já começa a produzir hormônios, mas em dose baixa. Isso vai subindo até chegar em um nível adequado após 8 ou 9 semanas. Com 12 semanas a placenta já produz muita progesterona e não precisamos mais suplementar.
Por isso vamos reduzindo aos poucos a partir da 8a. semana. A placenta vai aumentando e nós vamos reduzindo a suplementação. Com 12 semanas não precisa de mais nada.”


E assim fiz e deu tudo certo! Espero que seja útil para vocês da mesma forma que foi para mim. 



No próximo post vou contar como foi a gestação. 

Muita luz e paz a todas! 

Beijos