domingo, 28 de maio de 2017

Hoje queria poder contar a história...

Como disse no post anterior, 24h após o procedimento voltei para minha cidade, carregando comigo o sonho de ver minha barriga crescer, de escutar o coração bater, de sentir o bebê chutar, de dar um filho para meu marido, de ser mamãe, de até sentir um monte de enjoos. 
No D4 voltei a trabalhar normal, o que foi bom para manter a mente também focada em outros assuntos, mas sempre com a esperança de que meu embriãozinho estava se desenvolvendo lindamente no meu forninho.
No D6 fiz o exame de sangue para medir o estradiol e a progesterona, os resultados deram, respectivamente, 211,6 pg/ml e 11,33 ng/ml. Mandei o resultado para o Dr. Fernando Prado, que me falou para manter as medicações e informou que o valor da Progesterona tem que ficar acima de 10 e do Estradiol acima de 100.
Os dias foram passando e com eles aumentava a minha esperança de que minha hora de chorar, mas agora de emoção, estava chegando.
Como o crinone estava acabando e por ser um medicamento caríssimo, o Dr. Fernando autorizou que eu fizesse o beta no d11, um dia antes do previsto.
Chegou o grande dia, acordei bem cedo para ir fazer o exame, coração batendo forte, momento em que decidi fazer um teste de farmácia. Olhei cheia de expectativa para a palheta e adivinhem, apenas um traço. Meu coração partiu, natural a tristeza tomar conta. Naquele momento fui fazer o exame de sangue derrotada, mas confesso que ainda tinha uma pontinha de esperança, afinal tentantes a mantém até o último minuto. Somos assim,né?



Na hora do almoço o resultado ficou disponível no site, coração se encheu de esperança, pois dependendo do que desse, minha vida mudaria de fase e de perspectiva, ali poderia estar a chance de eu e meu marido vivermos um dos nossos grandes sonhos, sermos papais. Resultado: "inferior a 0,10 mUI/ML", mais um super negativo para a nossa caminhada.
Impossível conter as lágrimas naquele momento, doeu muito, tive vontade de sentar no chão e de deixar as lágrimas lavarem minha dor. Naquela semana me permiti ficar um pouco mais chateada, afinal a tristeza é uma das sensações naturais do ser humano e aquela era a hora viver a dor, para que assim , com o passar do tempo, eu pudesse ter a chance de digeri-la. Quem não se permite sentir a dor sem máscaras, também não se permite superá-la verdadeiramente e ter assim a chance convertê-la em roteiro de luz.



Dou nota zero para meu sexto sentido, quando o assunto é gravidez, pois em vários momentos, nesses 11 dias, acreditei que estava grávida. Aff!
Com o passar dos dias, entendi que foi apenas mais um "não" que eu e meu marido recebemos da vida e agora nos resta aprender o que mais esse "não" quer nos ensinar. Mas uma coisa posso dizer, ainda sinto no meu coração que conseguirei gerar um filho ou dois, quem sabe. E até lá seguirei minha vida com ânimo e otimismo, honrando as bênçãos que já tenho. Aprendi com as lutas que tive, a ser mais serena mesmo nas dificuldades, percebi que sempre somos convidados a manter a paz.




No dia seguinte ao resultado do beta, eu e o Dr. Fernando conversamos sobre o negativo, e como sempre, fui acolhida com um carinho e uma generosidade de pai. Durante a nossa conversa ele disse uma frase que me tocou muito:

"Saiba que ficamos todos tristes pelo resultado... foi mesmo uma pena. No entanto, foi um passo. O caminho existe e vamos continuar trilhando".


Meninas, essa frase acalentou meu coração de uma forma maravilhosa, a minha caminhada em busca da maternidade em muitos momentos é um pouco solitária e sentir esse carinho, essa compreensão e ter esse estímulo de que ainda há caminhos faz toda diferença. Muito bom poder caminhar com uma pessoa e um profissional como ele.
Ao Dr. Fernando deixo a minha gratidão, por me ensinar um novo significado do amor ao próximo, da generosidade. Obrigada por fazer parte da minha vida. 

Quero também manifestar a minha gratidão a todos que estão me acompanhando nessa caminhada, a vocês deixo o meu muito obrigada! Que Jesus os abençoe hoje e sempre. Vamos continuar com as orações, elas têm muito poder. 


Sabem, hoje queria poder contar a história do meu positivo, o que não foi possível, mas encerro este post com a fé de que um dia escreverei um lindo texto sobre a minha vitória. Ainda compartilharemos essa alegria.



E-mail: fivamadurecimentodaalma@gmail.com


domingo, 7 de maio de 2017

Será que ele vem?

Após 16 dias da aplicação do Lupron a minha menstruação desceu, no dia seguinte realizei o 1° ultrassom para ver se estava tudo dentro do esperado e graças a Deus o endométrio estava fininho e ovários sem cisto.
Quatro dias após esse exame iniciei o preparo do endométrio com 1 comprimido de Primogyna 2mg pela manhã e 1 borrifada de Oestrogel de 12 em 12 horas.
Após 6 dias fiz o 2° ultrassom na minha cidade.Endométrio trilaminar, 8,3 mm, lindo. Que emoção! A única coisa que não deu para ver foi o ovário direito, pois a alça do intestino  o estava tampando.
O Dr. Fernando falou que isso não tinha problema e que já dava para marcar a transferência. Coração bateu forte, um misto de emoção com um certo medo, afinal eram os meus dois únicos embriões. Sabe aquela sensação de ser sua grande oportunidade. Pois é, foi o que senti naquele momento.
Aumentei, a pedido do Dr. Fernando, a dose dos medicamentos, passei a tomar 1 comprimido de Primogyna 2mg de 12 em 12 horas e 2 borrifadas de Oestrogel de 12 em 12 horas. Após 3 dias, passei a utilizar também 2 cápsulas de Utrogestan 200mg pela manhã e à noite Crinone 8%, uma aplicação via vaginal antes de dormir. O Crinone é caríssimo, mas o Dr. Fernando explicou que é um medicamento que tem uma absorção excelente. De fato, deu para perceber que é diferenciado.
Um dia antes da data agendada para a transferência fui fazer o último ultrassom, graças a Deus estava tudo bem, endométrio da forma esperada, demonstrando o efeito da progesterona e com 10.2mm. 


Chegou o grande dia. Acordei serena e em oração, pedindo a proteção do mundo espiritual e a misericórdia de Deus. Fiz uma retrospectiva de todo meu tratamento e percebi que passei por ele de maneira equilibrada e centrada, bem diferente que na outra FIV. Creio que a reforma íntima, a prática de meditação, a realização semanal do evangelho no lar e a leitura de livros edificantes estavam de fato ajudando na minha libertação da ansiedade, que um dia quase me derrubou e hoje não me pertence mais. Além disso, o tratamento com o Dr. Fernando Prado foi muito diferenciado, foi de uma competência e humanidade admiráveis.

O meu marido não pôde ir comigo para implantar os embriões e o Seu Sérgio, motorista que conheci na minha indução e que passou a tratar-me com o carinho de um pai,  levou-me até o Santa Joana. 

Sentei na sala de espera e fiquei observando aqueles casais que estavam lá cheios de esperança como eu. Percebi que era relativamente fácil descobrir quem eram os novatos no mundo da FIV, todos os presentes tinham estampados no semblante a esperança, mas apenas os novatos ou as mulheres que tinham muitos embriões demonstravam um entusiasmo e uma vitalidade, algo diferente daqueles que já estavam mais calejados com essa caminhada. 

E ali permaneci com meus pensamentos e minhas orações por um tempo. Quando, de repente, escuto o meu nome, era  a embriologista trazendo notícias dos meus dois icebabys. Haviam sido descongelados com sucesso e eram dois blastocistos, grau 2 (para saber mais sobre a classificação embrionária clique aqui: Classificação Embrionária).
Troquei de roupa, bebi bastante água e aguardei pelo grande momento.

Nem sei descrever o que senti quando vi o Dr. Fernando entrando na sala de transferência. Meu coração explodiu de fé e de gratidão por eu estar ali.
O Dr. Fernando ao fazer o ultrassom não conseguiu ver o útero direito, pois uma alça do intestino estava o tampando, mas disse que não tinha problema, já que no dia anterior ele havia medido o útero. Explicou, ainda, que são utilizadas duas réguas para colocar os embriões e que os colocaria 4 cm dentro do útero.
Passou um pouquinho, a embriologista abriu a janelinha da sala e trouxe os embriões, momento em que o Dr. Fernando com muito carinho falou para eu mentalizar boas vibrações, havia chegado a hora de implantá-los. Fui tomada por uma grande paz e emoção, lágrimas corriam pelo meu rosto sem que nem percebesse. O Dr. Fernando por todo momento manteve uma postura muito amorosa, que deixava o ambiente muito equilibrado e carregado de boas vibrações. 

Assim que o procedimento acabou o Dr. Fernando me deu um abraço carinhoso e tocou a minha barriga, momento em que vi nos olhos dele o quanto estava torcendo por mim. Senti toda a energia positiva, não consigo descrever como foi emocionante. Repousei por 20 minutos e saí da clínica feliz, esperançosa e chorando. Chorar, algo que se tornou habitual de um tempo para cá, assunto de outro post.

Quando cheguei lá embaixo o Seu Sérgio estava esperando por mim, deu-me  um grande abraço e disse que se sentia privilegiado por estar comigo naquele momento. Foi tão generoso e carinhoso, fez-me muito bem sentir esse carinho de pai num momento tão especial.

E voltei para minha cidade no dia seguinte, carregando comigo o sonho de ver a minha barriga crescer, de escutar o coração bater, de sentir o bebê chutar, de dar um filho para meu marido, de ser mamãe, de até sentir um monte de enjoos. 


E agora estou aqui esperando pelo positivo. Será que ele vem?

Luz e paz para todas!💕

e-mail: fivamadurecimentodaalma@gmail.com